Mundial de Flag: “Brasil vai para brigar por vitórias e subir no ranking”

Com Lakita Sodré

Victoria Guglielmo participou de todos os outros mundial como atleta e agora será a head coach da Seleção Feminina de Flag em Israel Foto: Flag Football Brasil

Enquanto para a Seleção Masculina de Flag o Mundial de Israel (FFWC) em dezembro (de 6 a 8) deste ano é a primeira participação, a Seleção Feminina traz consigo um histórico de desbravadoras pelo mundo. Israel será o quinto carimbo no passaporte das guerreiras, que já foram para a Suécia em 2012, para a Itália em 2014, para os EUA em 2016 e para o Panamá em 2018.

Presente em todos os mundiais como atleta, Victoria Guglielmo agora tem a missão de ser a primeira mulher a comandar a seleção feminina, já que nas participações anteriores, Eder Sguerri (2012) e Dan Muller (2014, 16 e 18) foram os head coaches. A missão é melhorar a já ótima sexta posição obtida nas duas últimas participações. “As seleções favoritas serão Panamá, Estados Unidos e México. O Brasil vai para brigar por vitórias, subir no ranking e garantir vaga no World Games”, explicou a head coach.

E os desafios são maiores do que nunca. Além das dificuldades logísticas da preparação diante da pandemia causada pelo vírus SARS-COV-2 (leia matéria sobre os treinamentos), financiar a viagem com o câmbio ainda mais adverso do que em outros anos torna tudo ainda mais difícil. O objetivo é arrecadar 230 mil reais, através de rifas, venda de moletons e camisetas.

> Contribua com a rifa da Seleção Feminina de Flag Football rumo a Israel

Em entrevista a Lakita Sodré, Victoria comentou sobre as alegrias e desafios desta histórica tarefa.

Salão Oval: Como está sendo a preparação e os protocolos de precaução contra a covid-19?
Victoria Guglielmo: Nossa preparação continua online com um treino semanal com todo grupo, aplicando conteúdos teóricos e práticos que abrangem conteúdos técnicos, físicos, tática individual, tática coletiva e trabalhando na evolução de grupo. Além disso, disponibilizamos para as atletas treinamento individual personalizado.

Salão Oval: O desafio de levantar o dinheiro é algo que atrapalha na preparação?
Victoria Guglielmo: Atrapalha bastante, pois tira o nosso foco de sermos as melhores técnicas que o grupo pode ter e as atletas de focarem apenas no seu desenvolvimento individual e coletivo. Claro que nosso objetivo ainda é ser a melhor seleção que podemos ser, mas essa parte de arrecadação é uma função a mais que não gostaríamos de ter e muito menos que as atletas tivessem. Porém estamos juntas em qualquer situação e buscando o melhor pra todas.

Salão Oval: O Brasil sempre teve dificuldades com a logística e os recursos financeiros, mas parece que as circunstâncias exteriores ao esporte tornaram tudo ainda mais difícil (pandemia, câmbio). O que a sua experiência com seleções anteriores te ensinou para superar mais essa?

Victoria Guglielmo: Mesmo tendo essa experiência em todos mundiais que o Brasil participou, esse ano o baque foi muito maior do que nos outros. A inscrição aumentou muito. O que antes pagamos entre 15/20 mil reais de inscrição esse ano pagaremos 130 mil reais, fora as passagens de cada membro. Então as experiências anteriores ajudaram a pensar com calma, pensar em possibilidades que poderíamos fazer para arrecadarmos essa verba. Nós, da comissão técnica, não queríamos que as atletas se preocupassem com isso, mas quando vimos o valor que teríamos que arrecadar, não teve como. Pedimos ajuda as atletas e montamos um planejamento estratégico para tentar atingir a maior parte da verba.

Salão Oval: A possibilidade do esporte ser olímpico quem sabe ainda nessa década: uma pressão ou uma motivação? (O Flag Football pode estar nos Jogos Olímpicos de Los Angeles, em 2028)

Victoria Guglielmo: Uma motivação imensa! Uma emoção sem descrição. O nosso esporte está crescendo mais e mais a cada dia. Há mais de 10 anos estou nele, trabalhando para a evolução dele e para sermos reconhecidos. E essa possibilidade abre muitos caminhos importantes para continuarmos essa evolução. Fora que estar nas olimpíadas é o sonho de qualquer profissional de educação física e atleta.

Salão Oval: O que o Flag evoluiu nesta última década, tanto nacional, quanto internacionalmente? Quais serão as seleções favoritas e o papel do Brasil no Mundial?

Victor Guglielmo: O flag nacional evoluiu muito nessa última década. Quando fomos para o primeiro mundial, em 2012, ficamos em último lugar e hoje em dia somos a sexta melhor seleção do mundo. Estamos em busca de mais e agora a seleção masculina estará conosco nessa também. Além disso, após a nossa ida para o mundial de 2012, a quantidade de praticantes aumentou mais de 100% e a cada dia aumenta mais. O projeto da seleção de fazer treinos por posição, congressos e técnicos e viajar por todo Brasil para evoluir o flag no país e montar a seleção brasileira tem ajudado muito na evolução do esporte também.

Internacionalmente, mais países estão praticando a cada ano, em breve teremos um sul americano, o que antes não era possível. Assim, o nível só aumenta com esse maior número de pessoas praticando.

> Confira o histórico da Seleção Feminina de Flag em nossa página especial

COMPARTILHAR
Artigo anteriorSeleções de Flag driblam obstáculos rumo ao Mundial de Israel
Próximo artigoSeleção Masculina de Flag está definida para estreia em mundiais
Editor-chefe do Salão Oval, maior plataforma de mídias destinada ao FABR, Social Media Journalist da FIVB (Federação Internacional de Vôlei) e Social Media Editor para a Premier League (Campeonato Inglês de Futebol). Realizei coberturas nacionais pelas cinco regiões do Brasil e também nos EUA (Mundial de Ohio) e Perú (1º Torneio Guerrero de Los Andes), sempre acompanhando o futebol americano nacional de perto. Narrador e comentarista para o futebol americano nacional em diversas ocasiões (BandSports, Fox Sports e Globo Esporte.com), fui também jogador da Lusa Lions (flag 2008) e do Corinthians Steamrollers (2009 a 2012).

4 COMENTÁRIOS

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here