Em final eletrizante, Galo FA vira o jogo e conquista o Brasil Bowl IX

Álvaro Fadini levanta a "onça dourada" dada ao campeão do Brasil Bowl. Foto: João Guilherme / JG Photography

Que todos esperavam uma final cheia de emoção no Estádio Almeidão, isso já era garantido. Mas a decisão entre João Pessoa Espectros a Galo FA superou todas as expectativas, com duas viradas, chances de vitória para os dois lados até o último minuto e muito barulho da torcida paraibana.

E mesmo jogando como visitante, o elenco mineiro foi decisivo e garantiu a vitória por 17 a 13, conquistando assim o seu segundo título nacional de sua história, o primeiro sob o nome do alvinegro belo-horizontino.

O Jogo

O início da partida não foi muito positiva para o ataque dos donos da casa. Com a segunda melhor defesa da competição á sua frente, o quarterback Rodrigo Dantas se viu constantemente pressionado e sem tempo para lançar a bola, além do forte vento de mais 20 km/h que não tornava o jogo aéreo muito eficaz. Sendo assim, o Espectros buscou avançar o campo utilizando seu corpo de running back com Lucas Adolfo e Jonatha Carvalho, mas sem sucesso em suas primeiras campanhas.

Já o Galo FA, mesmo com adversidades, mostrou mais versatilidade e improviso para mover as correntes. Nas primeiras campanha, Álvaro Fadini, além de usar as pernas em diversos momentos para avançar, fez de Pedro Henrique Medici seu alvo de confiança para completar big plays e atravessar o campo.

Os dois drives iniciais dos mineiros resultaram em oportunidades para chutar um field goal. No primeiro quarto, Luis Protásio viu seu longo chute contra o vento passar ao lado do Y. Já no início do segundo quarto, usando o vento à seu favor e em uma distância menor, o kicker converteu seu chute, abrindo o placar da partida. 3 a 0.

Com placar aberto, as defesas se mantiveram dominantes, com rápidas blitzes dos Espectros e coberturas estreitas da secundária alvinegra. Sendo forma, logo o running back americano Parris Lee foi se transformando destaque no time do Galo e a estrela do jogo.

Em uma rápida jogada, Lee recebeu o handoff, escapou do tackle imediato, bateu na parede das trincheiras, mas se manteve em pé, se livrou de dois marcadores e partiu à esquerda chegando até a endzone no primeiro TD do jogo. Protásio colocou a bola nos postes, colocando 10 a 0 no marcador.

Os atleticanos logo voltaram à redzone, com Álvaro buscando seus recebedores. Porém, quem recebeu a bola foi o americano Oshay Dunmore, de dentro da endzone, fazendo a primeira interceptação do jogo.

Depois do intervalo, que teve até show ao vivo para torcida presente, o momento do jogo mudou, com esse mesmo elemento sendo um fator decisivo nas campanhas seguintes: a torcida pessoense.

A primeira campanha ofensiva dos visitantes no segundo tempo começou bem, com first down terrestre conquistado por Lee. Entretanto, buscando avançar até o campo de ataque, Fadini forçou um passe pelo meio. Quem estava no meio do caminho era o linebacker Igor Nery.

No ataque, um passe preciso de Dantas para Vitor Ramalho deu espaço para os Espectros para chutar um field goal ao menos. Sem mais avanços, o kicker Diego Aranha entrou em campo para colocar os primeiro pontos no marcador. Chute forte e certeiro. 10 a 03.

A conversão contagiou a torcida e deu gás a defesa rubronegra, que forçou um three-and-out adversário. Empurrado pelo vento, Heron Azevedo retornou até ao campo de ataque. Não demorou muito e Aranha voltou ao gramado e em sua segunda conversão de field goal, diminuiu a diferença para 4 pontos. 10 a 06.

Forçando um novo punt, o Espectros tiveram a primeira chance de passar a frente no placar. Com longas corridas da dupla americana Oshay e Cox, Dantas ficou à cinco jardas da goal line. O mesmo encontrou Vitor Ramalho, que depois de boa separação de seu marcador, recebeu o passe para touchdown. Extra point convertido. 10 a 13.

Depois de um punt para cada lado e com o jogo em seus minutos finais, o Galo tinha apenas uma campanha para buscar o título. Mesmo com a pressão, Fadini teve a frieza, necessária para conectar os passes necessários para percorrer o campo. Depois lançar Conrado até redzone, Fadini entregou a bola a Lee, que cruzou a goal line e fez seu segunda touchdown por terra. Protásio botou a bola entre as traves. 17 a 13.

Com segundos no relógio, os Espectros ainda podiam ficar com a vitória, mas o bom kickoff de Protásio deixou a tarefa mais difícil. Mesmo com uma conexão inacreditável com Denner Lucena, ficando à 44 jardas da endzone, os paraibanos não souberam administrar suas decidas e sofreram um turnover on downs, decretando a vitória e o título do galo. Placar final: 17 a 13.

Multi campeões nacionais

Com o título de 2018 e a conquista do ano passado, considerando o Galo FA a continuação do projeto BH Eagles e Sada Cruzeiro, o Galo entra no seleto hall de bicampeões nacionais, que também incluem Coritiba Crocodiles, Flamengo Imperadores, Timbó Rex, Corinthians Steamrollers e Cuiabá Arsenal.

Além disso, o já estrelado elenco do Galo, agora também conta com três únicos tetra campeões nacionais, que também estavam na conquista em 2017: o center capixaba Victor Quintas, campeão pelo primeiro Torneio Touchdown pelo ainda Rio de Janeiro Imperadores e pelo Tritões no TTD II, o safety catarinense Andrew Bernardini, bicampeão pelo T-Rex e o defensive back Raphael da Cruz, campeão duas vezes vestindo a camisa do Corinthians Steamrollers.

Agora com o segundo título nacional, o Galo terá a missão de conquistar o ainda inédito tricampeão nacional, mas antes disso, vai brigar pelo bicampeonato mineiro, no primeiro semestre de 2019.

Confira na íntegra como foi a grande decisão:

> Saiba tudo o que rolou na BFA 2018

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