A grande maioria dos atletas de futebol americano que quer se tornar um jogador profissional se joga de cabeça em todas as oportunidades que tem de aprender e desenvolver melhor seus aprendizados, tanto técnicos quanto teóricos, principalmente com equipes americanas – e nos casos de atletas masculinos que vão para Europa.
E isso não foi diferente para sonhadora Gabriella Evangelista, que foi em busca de ampliar seus conhecimentos e conseguiu ser escolhida pela equipe San Diego Tridents da Women’s Football League Association (WFLA).
Trajetória da Brasiliense
Logo quando entrou para faculdade, Gabriella foi atrás de um esporte de alto impacto e acabou conhecendo o rugby, treinando junto com time masculino. O seu head coach a colocou para participar de campeonatos femininos, e a atleta acabou conhecendo o time da UNB (Universidade de Brasília) e lá começou sua vida de atleta.
Pouco tempo depois, o head coach Raphael Negreiros a convidou para participar do Brasília Pilots na temporada de 2017. Já no segundo ano (2018) Gabriela estava jogando de defensive end quando teve um rompimento total do LCA (ligamento cruzado anterior), uma história que estava apenas começando já teve que ser interrompida.
Levando à sério todas as recomendações durante a recuperação, Gabriella retornou em 2019 aos gramados. No entanto, foi um processo longo até adquirir segurança novamente. O retorno foi em uma posição um pouco diferente, defensive tackle, quando teve uma orientação muito importante do coach James Springfield (americano, jogador do Tubarões do Cerrado) e do treinador físico, Rafael Pedron.
Seleção Brasileira
Quando ficou sabendo que teria seletiva (em 19 e 20 de outubro do ano passado) para fazer parte da Seleção, ficou super animada com a expectativa de ser chamada.
“Fiz meus highlights, mandei e entreguei a Deus. Um tempo depois, saiu o resultado e fui convocada, agradeci a Deus e ao meu head coach. Foi uma experiência incrível e sensacional. Estar jogando com as melhores do País é diferente e único. A gente faz crescer o nosso nível de estilo, aprimora suas habilidades, evoluir seu nível técnico observa onde precisa melhorar e foca naquilo. Sem contar que é uma esperança para todas aquelas jogadoras que também jogam e querem ir mais além”, explicou Gabriella.
O futuro
Sempre com grandes objetivos, Gabriela começou a mandar seu material para vários times em dezembro do ano passado.
“Encaminhei para muitos times. Quando foi agora em abril, recebi o retorno de duas grandes equipes que avaliaram o material que enviei e marcaram a entrevista comigo. A primeira entrevista foi a do meu time atual, o San diego Tridentes, onde foi um processo seletivo com várias atletas de todo o mundo, dentre elas atletas da LFL. Tudo foi por meio de videoconferência, que durou aproximadamente quatro horas, onde estavam presentes o presidente da Liga, o comissário e todos os diretores, dentre outros.”
A resposta para a defensive tackle veio rápido para ela que teve bons números bons na temporada Liga BFA Feminino 2019: Gabriella anotou 28 tackles, 10 assistidos e 4 tackles for loss, ainda forçou nove com sucesso no pocket onde marcou cinco hurries, três hits contra as quarterbacks e 1 sack. “Eles fizeram questão de me falar com muita alegria que eu havia recebido sim de todos”, comemorou a brasiliense.
A temporada começará em breve para Gabi, que se apresentará ao San Diego Tridents após o período o retorno à normalidade dos voos e do isolamento necessário devido à pandemia de coronavírus.
Para Raquel de Souza, sua amiga pessoal e de time, a atleta é “um exemplo de dedicação, persistência, disciplina. Uma garota que sempre para o que tiver fazendo pra ajudar os outros. Tem o coração mais puro que eu já vi na minha vida. É minha irmã mais nova, que eu adotei desde que entrou no time e quase saiu por não ter como ir aos treinos e eu fazia questão de buscar e deixar em casa, lá no início quando a gente rodava 120km pra treinar e ia conversando, dançando, desabafando”.
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