A aclamação de Ítalo Mingoni como novo presidente da Confederação Brasileira de Futebol Americano (CBFA) aconteceu no dia 31 de março deste ano. Mas, de fato, no papel, o mineiro ainda não é o novo presidente da entidade máxima do futebol americano nacional. Isso porquê todos os membros da diretoria anterior devem apresentar uma carta de renúncia ao cargo, e não somente o presidente anterior, Rogério Pimentel, que o fez no mês passado.
Em ato de transparência, a CBFA respondeu a todos os questionamentos enviados pelo Salão Oval, esclarecendo os próximos passos rumo ao estabelecimento pleno da atual gestão. Como próximo passo, a entidade irá protocolar a carta de renúncia de Pimentel junto ao cartório de registro da Confederação para alterar o quadro societário. Mas ainda depende, como já mencionado, do mesmo documento dos demais da diretoria.
“Após todo o trâmite administrativo no cartório e perante a Junta Comercial, a Confederação estará devidamente apta. Isso depende de toda a diretoria assinar pessoalmente a carta de renúncia, reconhecer firma em cartório e homologarmos tudo. Infelizmente é um processo burocrático que trava o andamento de execução das operações”, afirmou a entidade através de sua assessoria de imprensa.
Lei de Incentivo ao Esporte só em 2020
Tais burocracias atrapalham por exemplo a busca de recursos públicos de leis de incentivo, algo que já não mais acontecerá em 2019. “Com tudo certo, nós iremos buscar a homologação a posteriori dos atos administrativos já executados, (como assembleias, ofícios, resoluções, contratos celebrados, etc) e ajustar nossas pendências com o governo para que, finalmente, possamos pleitear algum recurso público para o futebol americano no Brasil”.
A CBFA esclarece que os recursos servirão, quando disponíveis, para custos administrativos e as seleções de todas as modalidades. “A janela para apresentação do projeto para esse ano seria em 15/09, mas não conseguiríamos ajustar todos os trâmites administrativos para a confederação ter uma representação legal, por isso decidimos captar na próxima janela, que ainda será definida pela Secretaria Especial do Esporte / Ministério das Cidades”, explicou a CBFA.
Em continuação, a entidade lamenta a situação: “Outro problema ocasionado pelo atraso burocrático foi a aproximação com o governo e os seus órgãos. Como exemplo, apesar de não sermos um esporte olímpico (ainda), nós estamos buscando a vinculação ao COB para utilizar da sua estrutura física e de recursos humanos e esta formalidade foram um dos impeditivos. Outros programas governamentais como o Bolsa Atleta, por exemplo, também são suspensos. Enfim, é um atraso esportivo enorme”.
Carteira virtual
Mas se a gestão ainda não está efetivada, como as operações financeiras da CBFA foram feitas até então, como o recebimento das inscrições dos atletas e outras iniciativas decorrentes da receita proveniente das mesmas? “Nós estamos utilizando uma carteira virtual para realizar as nossas operações financeiras previstas no orçamento anual, tudo devidamente homologado pelo conselho fiscal. Infelizmente, por questões de inaptabilidade, não conseguimos criar conta em uma instituição financeira com sede física e raramente trabalhamos com dinheiro em espécie”, explicou a entidade.
E o que vem de bom por aí?
Mesmo com todos os entraves burocráticos, a entidade afirma que está caminhando com muito da atividades previstas, basicamente estabelecer alicerces para a nova administração (link abaixo): “Felizmente estamos conseguindo realizar muito do que foi planejado, pois a maioria das ações previstas no planejamento estratégico estavam ligadas em suma a gestão e administração interna. As operações que demandassem de uma representatividade legal ou foram adiadas ou foram realizadas com homologação a posteriori. O primeiro ano de gestão é para de fato colocar ordem na casa e aparar as arestas. Com um pano de diretrizes mais claros, vamos aos poucos, colhendo os frutos da aplicação de uma gestão sustentável, eficiente e transparente”, encerrou a entidade.
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