O futebol americano ainda está longe de ser um player no mercado esportivo nacional, apesar do seu espantoso crescimento e representatividade. Nenhum outro esporte coletivo no País chega a ter uma primeira divisão com 30 equipes (BFA) e a segunda com 41 (Liga Nacional). Mas para ser levado à sério frente aos potenciais patrocinadores, não são estes números e informações que bastarão.
Um exemplo muito próximo
Para conseguir alcançar este patamar e atrair o interesse de patrocinadores, os times do FABR não precisam mirar em exemplos do futebol ou da “extraterreste” NFL. Basta olhar para quem conseguiu tornar-se um projeto superavitário dentro do nosso cenário: o exemplar T-Rex, de Santa Catarina, que dos últimos 58 jogos disputados desde 2014, venceu 54 (um aproveitamento de 90%).
O time prevê, até o final do ano, receitas de aproximadamente R$ 270 mil reais, com gastos de R$ 260 mil. “A principal razão (do superávit) é o projeto aprovado pela Lei de Incentivo ao Esporte. Fizemos alguns investimentos contando com a aplicação da verba captada já para o mês de março. Entretanto, ela só está sendo liberada agora no mês de agosto. Desta forma, ainda conseguiremos mostrar uma recuperação financeira para o segundo semestre, não como inicialmente planejado, mas de certa forma estável”, explica Igor Rick, presidente do T-Rex.
Investimento no capital humano
O projeto do T-Rex não está baseado em aspectos financeiros ou nem mesmo nos títulos que a equipe já conquistou (como o bicampeonato nacional – 2015 e 2016 – e o tetra catarinense – 2015-18). Todas as ações realizadas tem como objetivo principal o investimento e aprimoramento do capital humano da equipe.
Para o primeiro semestre de 2018, o Rex trouxe 18 reforços de diferentes estados da federação, como Minas, São Paulo, Rio de Janeiro, Mato Grosso, Paraíba e Ceará. Além dos atletas que chegaram de fora, os jogadores da casa também fizeram parte do programa que foi o principal objetivo da equipe no primeiro semestre: a colocação profissional.
“A cidade de Timbó é muito prospera e possui uma grande oferta de empregos. Como temos um extenso relacionamento com empresas da cidade e região, conseguimos direcionar os atletas para as oportunidades laborais. Evidentemente que não podemos garantir a empregabilidade, pois isso também depende muito da vontade e dedicação de cada atleta. O atleta não pode vir com o pensamento que vamos fazer tudo por ele. O que fazemos é mostrar as oportunidades, fazer o primeiro contato e encaminhar para a entrevista”, disse Igor Rick.
Yclen Eduardo, wide-receiver que saiu do Rondonópolis Hawks para o T-Rex, foi um dos beneficiados pela prioridade do time catarinense. Hoje, ele atua no setor jurídico da Uniasselvi, Universidade patrocinadora da equipe e que também oferece bolsas de estudos para os jogadores: “Quando eu sai do Mato Grosso, recebi a ajuda do Rex em relação a contatos para entrevistas. Não era nada programado que eu teria emprego nesse lugar específico. Vim pela oportunidade de além de jogar no Rex e conhecer um lugar como Santa Catarina. Hoje, estou estabelecido aqui e provavelmente não saia tão cedo”.
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Outro atleta que veio de ainda mais longe foi o fullback da Seleção Brasileira e ex-João Pessoa Espectros (Paraíba), Everton Antero, o “Pingo”. “Sempre tive um sonho que dói de jogar com o REX. Chegar e ver como é a rotina de treinos, o quanto o pessoal se dedica a esse projeto me fez ter certeza que fiz a escolha certa!”, explicou o jogador.
Pingo já saiu de João Pessoa com o contato sobre a possibilidade de ser personal trainer em uma academia: “Trabalho de personal e agora em setembro começo em um box de Crossfit. Tanto a diretoria quanto o acompanhamento da psicóloga (Lua Sobolwsky) ajudam muito. Eles têm muita influência nas empresas parceiras na cidade e conseguem empregar a grande maioria dos atletas. Outros conseguem por conta própria, nas áreas que desejam”.
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Bolsa de estudos
O investimento e a prioridade em formar pessoas não passa somente pelo lado profissional, mas também no acadêmico. Uma das patrocinadoras do time, a Uniasselvi, oferece bolsas de estudo integrais para sete jogadores (Northon, Bassani, Well Garcia, Berchtold, Murilo, Pingo e Meurer) e 20% de desconto para todos os atletas em cursos de ensino à distância (EAD).
Categorias de base e outras modalidades (feminino)
Se a prioridade é formar pessoas, o objetivo tem que ser atingido em todas as idades. O T-Rex conta com a Categoria Kids, com mais de 100 crianças de 08 a 19 anos, divididas em três – 8 a 12, 12 a 15 e 16 a 19. O time decidiu, em 2018, não cobrar mais mensalidades das duas primeiras faixas e cobrar apenas 20 reais da última faixa (um desconto de 50% em relação a 2017). Apesar da diminuição da receita, o time acredita que aumentar o número de praticantes é fundamental.
O Rex também investiu no capital humano do flag football, ao criar as Reds, que estão em atividade desde 2017. Além disso, desde o primeiro semestre deste ano, o time também virou uma equipe feminina de Handebol.
Atividades com a comunidade e patrocinadores
O Rex, além de investir em formar pessoas melhores dentro de seus quadros de atletas de diferentes idades, gêneros e modalidades, também participa e promove eventos na aprazível Timbó. Churrascos e pasteladas são frequentes meios de interação com a comunidade e também para angariar fundos para o time.
Além disso, a equipe participa ativamente da Campanha do Agasalho municipal, auxiliando na coleta de roupas que ajudam os mais necessitados a enfrentarem o frio catarinense.
Diante de tanto investimento e envolvimento com a evolução das pessoas dentro e fora do T-Rex, a equipe tornou-se um ótimo projeto para marcas da região associarem o seu nome através do sonho dourado do FABR: patrocínios!
“É uma honra e um privilégio poder colaborar com uma instituição de tamanha representatividade. Sabemos também do potencial do T-Rex como entidade inclusiva. Todos temos muito a ganhar apoiando esse brilhante projeto”, afirmou Drauzio Mendes, diretor de marketing do patrocinador Hércules Motores.
Para Mônica Mueller, diretora de marketing da Mueller Eletro, “patrocinar o Rex significa fazer parte de um projeto inclusivo, de valores extremamente positivos e que refletem não apenas para todos os nossos clientes e colaboradores, mas também para toda a comunidade”.
T-Rex Sports Arena
Depois de conferirmos todos esses aspectos da prioridade do investimento na formação de pessoas no projeto do T-Rex, fica mais fácil de entender porquê o projeto da Lei de Incentivo ao Esporte foi aprovado e, consequentemente, o balanço superavitário da equipe.
Mas isso não é tudo. O time planeja tornar-se ainda mais independente financeiramente com uma Arena multiuso, cujo projeto já está em andamento. A previsão é que a T-Rex Sports Arena tenha capacidade para cinco mil espectadores, com área multiuso que incluirá restaurantes, academia, laboratórios, ambulatório, fisioterapia, administração, salas de reuniões, auditório, salas de aula, loja, pub e praças de convívio.
A Arena também prevê alojamentos para os jogadores: serão 36 apartamentos com a capacidade para receber 72 atletas, além de campo de treinamento e vestiários.
“A Arena está em fase de conclusão do projeto arquitetônico, o qual deverá ser apresentado ao público dentro de um mês. Depois desta fase, iniciaremos o projeto de engenharia e, em seguida, desenvolvimento e envio do projeto para Lei de Incentivo e Siconv (Sistema de Gestão de Convênios e Contratos de Repasse do Ministério de Desenvolvimento Social). Os recursos para construção serão provenientes destas duas frentes”, detalhou Igor Rick.
> Confira, na íntegra, o Relatório de Atividades do T-Rex
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