Ramon “Mamão” Martire, quarterback, e Patrick Dutton, wide-receiver, são uma verdadeira dupla dinâmica. São (ou eram) as figuras centrais dos ataques de duas das equipes mais tradicionais do futebol americano nacional (Botafogo Reptiles e Flamengo Imperadores, respectivamente) e, além de atuarem dentro do campo, colocaram sua expertise com a bola oval para funcionar também fora dele.
Hoje, ambos dirigem o projeto de formação de base de maior sucesso do Brasil, a Rio Football Academy, ou como é melhor conhecido, a RFA. Se o sonho de ser bem sucedido fora do gramado está bem encaminhado com o projeto que forma jogadores e foi a base da Seleção Carioca Sub-19, faltava este complemento dentro das quatro linhas.
E foi isso que a contratação de ambos pelo novo Cruzeiro, o Imperadores, foi capaz de realizar. O importante da proposta, segundo os jogadores, foi poder conciliar estar em Juiz de Fora e continuar administrando a RFA. “Já rejeitamos algumas propostas por conta do nosso projeto. Já vivemos esse sonho de viver do FA como empreendedores, mas agora vamos poder realizar esse sonho também como atletas, o que é incrível! Mas só aceitamos essa proposta porque o Cruzeiro conseguiu encontrar uma forma de estarmos sempre no RFA e, com isso, nada vai mudar no nosso projeto”, explicou Patrick.
Mamão ainda explicou que não só poderão manter-se presentes na RFA, mas como ampliar o projeto em Minas: “Sem dúvida a proposta foi perfeita nesse sentido, vamos conseguir manter nosso projeto da RFA e em paralelo viver um sonho, uma vida de atleta! Ainda não conversamos sério sobre isso, mas a ideia é sim levar a RFA, levar todo esse conhecimento e experiência que ganhamos ao longo de três anos, camps no exterior, atletas enviados para fora e poder oferecer isso tudo em Juiz de Fora, para evoluir não só a base do Cruzeiro, mas também de Minas”.
O que falta no Rio?
Os dois jogadores, que além de terem marcantes passagens pela Seleção Brasileira (Mamão foi um dos quarterbacks do Mundial de Ohio), são históricos jogadores de equipes cariocas, que, assim como o Cruzeiro, também estão ligadas a equipes de futebol. Mas o quê estaria faltando para que o mesmo modelo das equipes mineiras estivesse presente no Rio de Janeiro?
“A quantidade de talento que existe no Rio é absurda, muita gente boa mesmo. Mas a cidade muitos outros tipos de entretenimento, então é um pouco mais difícil concentrar patrocínios e tudo mais em um esporte amador. Eu espero que o Rio não fique para trás, pois o Brasil inteiro está andando para frente no FA, e bem rápido. O RFA é parte dessa renovação de talentos no Rio, mas só isso não basta. Os times precisam se estruturar melhor pra fazer o esporte evoluir”, respondeu Patrick.
“Acredito que o Rio não está acompanhado o crescimento do esporte. É muito complicado ter uma arquibancada cheia por aqui, investimento de empresas para poder dar uma estrutura melhor aos times. Às vezes, até local para treinar se torna algo difícil. Isso dificulta o crescimento fora de campo. Mas o Rio continua tendo excelente atletas”, concluiu Mamão.
Outros reforços
Além de Mamão e Patrick, o Cruzeiro Imperadores já trouxe outros reforços e novos ainda podem chegar. Já foram anunciados Lucas Vinícius (quarterback), Lenin Albuquerque (Linha ofensiva, Seleção Brasileira e ex-Espectros), Thiago Villas Boas (linha ofensiva), Yolandus Pratt (americano, running back, ex Flamengo e Fluminense) e João Gabriel “Holly” (linebacker), além do head coach norte-americano Joseph Daniels.
O Cruzeiro Imperadores vai realizar os treinamentos em Juiz de Fora e mandar os jogos em Belo Horizonte, na Toca da Raposa I. O primeiro compromisso, pelo Campeonato Mineiro, será realizado no dia 14 de abril, na capital mineira, diante do Pouso Alegre Gladiadores.
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