Poucas pessoas estão há tanto tempo dedicando-se ao futebol americano quanto ele. Ao chegar em Manaus, o plano era ser “apenas” o head coach da equipe mais tradicional do estado, o pentacampeão estadual Manaus Cavaliers. “Eu não decidi voltar a jogar por vontade própria. Cheguei em Manaus e não tinha quarterback. O único que tinha visão de jogo, que pode ser treinado, fraturou o tornozelo e só voltará em 2019. Ir para uma Liga Nacional sem quarterback é estar fadado ao desastre. Não existe time sem alguém que saiba o que faz nessa posição. A responsabilidade com meus jogadores me fez retornar aos treinos de atleta”.
Foi assim que Dennis Prants, aos 46 anos, retornou aos campos para comandar o ataque de um time de dentro do campo no dia 28 de junho passado, na partida do Manaus Cavaliers contra o Manaus Raptors.
O que um bom quarterback precisa
Prants está no futebol americano deste 1991, ou seja, já são 27 anos dedicados a um esporte ainda um tanto desconhecido da maioria da população. Fundador do primeiro time de football de grama, o Joinville Panzers (em 91), Prants tem no currículo passagens marcantes pela Seleção Brasileira (como no primeiro jogo no Uruguai), no Cuiabá Arsenal e no Jaraguá Breakers. No time de Santa Catarina, em 2013, Prants foi campeão nacional invicto pelo Torneio Touchdown em uma das finais mais emocionantes da História.
Para não esquecer – uma das finais mais emocionantes já disputadas no Brasil, quando o @jaraguabreakers derrotou o @flamengofa por 15 a 11 pelo @Touchdown_TTD em 2013 #FABR #emocionante
Narração: Victor Francisco
Imagens: @bandsports_ pic.twitter.com/WOjwwKj7GN— Salão Oval (@SalaoOval) August 8, 2018
Com este currículo, Prants dá sua opinião sobre o que um bom quarterback do futebol americano nacional precisa: “É 10% braço, 90% inteligência e 100% liderança. Querer vencer, saber a hora certa de encaixar suas jogadas mais quentes. Ler defesas como ninguém. Treinar com a equipe não basta, quarterback treina a mais todas as semanas. Além de treinar físico, técnico e mental, deve ver vídeos do oponente toda semana, estudar sobre todos os conceitos de ataque e combinações de rotas. Entendendo de defesas e de conceitos de ataque ele saberá como trabalhar seu ataque para bater defesas sem que precise segurar demais a bola”.
Manaus, prós e contras
Como um dos personagens que há mais tempo está no esporte e presenciou/protagonizou vários momentos do mesmo, Prants também pode opiniar com propriedade sobre o futebol americano manauara/amazonense. Apesar de ser um dos mais antigos do País, com 13 anos de disputas de campeonatos estaduais, Manaus está bastante isolado do cenário nacional, com a Liga Nacional atual cumprindo o papel de reverter tal cenário.
“O principal diferencial que vi aqui é o condicionamento físico. Quando cheguei no Manaus Cavaliers (em janeiro deste ano), o time tinha mais de 90 jogadores. Nem 10% treinava em academia ou fazia qualquer trabalho para condicionar seu corpo para o jogo. Hoje, dos 52 atletas que temos, pelo menos 70% vão para a academia ou fazem algum trabalho específico de forma individual”.
Como ponto positivo, Prants destaca a logística para os jogos: “Não tem viagem, todos os jogos são na cidade, e os times daqui deviam aproveitar melhor isso. O Cavaliers só vai viajar se o time avançar na Liga Nacional”.
Objetivo no esporte
Prants é o exemplo vivo de que quando se entra no futebol americano, dificilmente ele sai da vida dos mais apaixonados. No caso do catarinense, o que é impressionante é ele ainda atuar dentro das quatro linhas após 27 no esporte: “Assim que notei que precisaria jogar, os treinos mudaram, a alimentação e toda rotina diária. Perdi 12 quilos em quatro meses. Fortalecimento e fisioterapia, nas mãos do Dr. Guilherme Loureiro”.
Apesar das dores e o esforço do treinamento, ser um quarterback não é objetivo principal de Dennis Prants, que é o head coach do Manaus Cavaliers: “Meu objetivo no futebol americano nacional não é apenas fazer times entrarem em campo, mas sim que o football seja jogado com qualidade e que esta evolução seja a saltos e não a passos lentos. Forçar a evolução técnica, física e a organização nas equipes. E, além disso, formar ótimos atletas”, concluiu.
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Bom Dia Sr. Victor Romualdo Francisco
Editar o nome do nosso head coach por favor , não é mais o Telson Urtiga.
Atenciosamente Ari Manaus Cavaliers
Que exemplo!!!
Não sei se é pq ele tem semelhanças com Matthew Stafford, mas sem dúvidas um Baita atleta e uma inspiração para nós, Parabéns e obrigado !
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